Parte dos comentários extraídos do site http://www.pecinhaeavovozinha.com.br - Retrospectiva 2016 por Dib Carneiro Neto.
Autores:
O ano quase acabando,
espetáculos encerrando suas temporadas, teatros já se programando para o
semestre vindouro… e eis que a Cia. Vagalum Tum Tum chegou de mansinho, aos 44
minutos do segundo tempo, e arrebatou o setor com mais uma de suas primorosas
adaptações da obra de William Shakespeare. O espetáculo, escrito por Ângelo Brandini, chamado ‘Henriques’,
levou o APCA de melhor texto adaptado. A inteligência da adaptação, a meu ver,
foi centrar forças em assuntos que são muito caros a todos nós em nossos ritos
de passagem da adolescência para a vida adulta: perder amigos, desfazer
amizades, fazer escolhas, ou seja, tudo isso que faz parte do que se chama de
‘crescer’.
Diretores:
Fernando
Escrich. É um dos nomes que nunca me decepcionam a cada
novo trabalho. De peça em peça, ele foi galgando um lugar no olimpo do teatro infantil
paulistano e, a meu ver, já é um dos maiorais. Aconteceu de novo: mais uma vez
saí de um espetáculo dirigido por ele – Meu Amigo Inventor – completamente
encantado e arrebatado. Tudo era acerto. Mais uma peça exemplar de 2016, que
mesclou humor, aventura, emoção, música, técnica, talento e criatividade.
Ângelo
Brandini. Risos, trapalhadas, quiproquós, aventuras,
desafios, batalhas. A trama shakespeariana de Henriques, com a Cia. Vagalum Tum
Tum, chegou no último mês do ano para confirmar mais uma vez o talento
inesgotável desse diretor em suas invenciones para crianças, que, assim, se
tornam irresistíveis também para os adultos. A vitalidade do circo deu o tom.
Intérpretes:
HENRIQUES.
Christiane Galvan (Henrique), Val Pires (Falstaff), Thiago Andreuccetti
(Pistola/Rei da França), Ivy Donato (Bardolfo/Catarina/Vizinha), Rodrigo Feitas
(Henrique IV/Mensageiro/Vizinho), Wesley Salatiel (Músico / Mensageiro) e
Michelle Gallindo (Stand in).
Figurinos:
HENRIQUES. Christiane Galvan já virou craque em
figurinos para peças de William Shakespeare, montadas pela Cia. Vagalum Tum
Tum. Sua marca registrada parece ser imprimir a colorida alegria circense ao
mundo de reis, rainhas, princesas e príncipes atormentados do universo dos
textos do bardo. Foi o que fez mais uma vez neste espetáculo muito vistoso, que
‘atenuou’ um drama histórico shakespeariano, tornando-o próximo da estética de
picadeiro e da palhaçaria. Nota máxima, com louvor.
Trilha
Sonora:
E, last but not least,
tivemos também Fernando Escrich. Sempre luminoso e impecável. A força e o
brilho da trilha original de Henriques, da Cia. Vagalum Tum Tum, criada por
ele, diretor musical do espetáculo, eram notáveis do começo ao fim do
espetáculo. Extasiado, quase não acreditei na graça das canções que iam
surgindo, na competência das letras, no poder dos arranjos em perfeita
consonância com as propostas da ágil direção de Angelo Brandini. Nota máxima
com louvor.
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